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COMO LIDERAR A GERAÇÃO MILLENIUM


E-Leadership: como liderar a geração millenium


Se você nasceu até o final dos anos 70 com certeza não faz parte dessa geração millenium, mas você deve estar se perguntando: “Qual o impacto disso para mim?”. Se você não for líder de uma equipe, talvez isso realmente não afete a sua vida, mas se for, você com certeza terá em sua equipe um ou vários jovens dessa geração. Saber como lidar com eles tem se tornado cada vez mais desafiador e um diferencial para os líderes.

Embora tenhamos muitos jovens ingressando nas empresas, ainda não temos tantos líderes prontos para lidar com as necessidades e potencialidades dessa geração. Ser um “E-leadership” significa ser um líder capaz de compreender e absorver o que esses jovens têm de melhor a oferecer. Se você quer saber como ser líder com essa geração que já esta no mercado de trabalho e como ser condutor, esse artigo irá te ajudar nessa jornada.


Quais características possui a geração Millenium


Cada geração possui um mindset, forma de processar informações e reagir. O que percebo muitas vezes, são pessoas de gerações anteriores que assumem cargos de liderança e não conseguem lidar com esse público, e quando falo lidar, leia-se extrair desses jovens toda a potencialidade e melhores performances.


Uma das características preponderantes dessa geração da qual você precisa saber é que eles são muito rápidos e digitais, não se apegam a formalidades e são intempestivos para resolver as questões. Claro que não podemos resumir essa geração apenas a a essas características, mas estas são bem desafiadoras quando falamos de líderes de gerações anteriores a geração millenium.

Para ser um E-leadership, você não precisa se tornar um especialista no mundo digital e nem passar a viver e pensar como alguém da geração millenium. Mas o que quero dizer é que esse líder precisa ter a capacidade de ser flexível, estar aberto a inovação e aceitar novos conceitos e tendências. É uma escolha que se faz, saber aproveitar o melhor dessa geração e para isso o líder precisa reunir essas características essenciais para que ele consiga ser, de fato, um líder multigeracional e um verdadeiro E-leadership para a geração Y.


Fatores sócio culturais para a formação das gerações


A primeira informação que precisaremos entender é que existem peculiaridades preponderantes em cada geração, mas que não são comportamentos padrões e imutáveis. Você pode conhecer uma exceção a regra, afinal sempre teremos isso em qualquer situação.

Outra coisa importante é que não podemos generalizar as gerações entre países diferentes. O jovem da geração Y do Brasil difere do jovem da geração Y dos Estados Unidos por exemplo. E quem afirma isso é Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão e especialista internacional em relações de consumo, varejo e estratégias de relacionamento. Em suas análises, Roberto Meir levantou a hipótese de que a geração Y brasileira tem uma defasagem de alguns anos em relação a americana. Essa questão levantada por ele se tornou um estudo científico que chegou a conclusão de que “não é possível categorizar hábitos de consumo de americanos e brasileiros da mesma forma. Isso se deve aos aspectos da conjuntura social, política, econômica, cultural e tecnológica do país”, foram apontados por Meir.

Até as classificações mudam um pouco quando comparamos a classificação entre americanos e brasileiros. Abaixo a classificação por idade das duas.

Percebemos uma maior abrangência no Brasil para quem é classificado como geração X, que é a geração que antecede a Y e a que possui hoje, uma maior quantidade de líderes ocupando esses cargos.

Classificação americana das gerações Baby Boomers – 1945 – 1964 Geração X – 1965 – 1979 Geração Y – 1980 – 1994 Geração Z – 1995 – Atual

Classificação brasileira das gerações Baby Boomers – 1945 – 1964 Geração X – 1965 – 1984 Geração Y – 1985 – 1999 Geração Z – 2000 Geração Alpha – 2010 – Atual

Mostrarei um pouco sobre as gerações Baby Boomer, X e Y. Ainda temos as gerações Z e Alpha que são as próximas gerações:

Geração Baby Boomer

Essa geração é formada por pessoas que nasceram entre os anos de 1940 à 1960. A terminologia da geração tem referência a “explosão” de nascimentos que houveram logo após o fim da 2ª guerra mundial e retorno desses jovens soldados as suas casa. Alguns dividem essa geração em duas:

Primeiros Boomers (1946 à 1954)Boomers Posteriores (1955 à 1964)

As principais características dessa geração:

apreciam um padrão de vida estável;pessoas que sabem o que querem, são objetivos;tem posicionamentos, dificilmente se deixam influenciar por terceiros;se puderem escolher entre qualidade e quantidade, não tenha dúvida que será qualidade.


Geração X

Essa geração é constituída em sua totalidade por pessoas nascidas entre os anos de 1960 à 1980. Como se trata de uma geração posterior a primeira, estamos falando dos filhos da geração Baby Boomer. Muito rebeldes para os padrões até então pré-concebidos, não é plenamente divulgado, mas a origem do nome “X” se deu por ser uma geração que queria conhecer as coisas para entender seus comportamentos não convencionais para época. As 4 principais características desse grupo são:

ruptura com as regras e valores das gerações anteriores (Baby Boomer);buscam entender as regras e conquistar os seus direitos;necessidade de liberdade;nessa geração ainda vemos o interesse por qualidade e não quantidade.


Geração Y

Chegamos na geração que motivou esse artigo, o desafio começa aqui pois lidaremos com os comportamentos mais diversos possíveis. A geração Y é formada por pessoas que nasceram entre os anos de 1980 à 2000. Claro que pela lógica eles são os filhos da geração X e netos da geração Baby Boomer. Também são chamados de geração millennials por nascerem exatamente na mudança do milênio. Uma informação importante é que essa geração ainda não possui uma unanimidade no que se diz respeito ao seu período de classificação. Alguns dizem que começa nos anos 70 e outros que se estende até 2010. O motivo do nome ser geração Y é fantástica, como a geração anterior era X, seguindo o alfabeto a próxima é? Exato, a próxima é Y, está ai a definição. Vamos então para as características dessa geração:

sempre conectados;utilizam bastante as redes sociais;estão em constante procura do novo, do moderno e gostam de novas tecnologias que facilitem sua vida;preferem computadores a livros, mas gostam de ler também, com o Kindle.

Geração Z

Serei breve nas próximas gerações por não ser nosso objeto de estudo para o momento. Essa geração é de pessoas nascidas entre os anos de 1990 à 2010. A geração Z são os que possuem de forma natural a internet, você já viu bebês que nasceram nessa época com o dedinho levantado prontinho para usar a opção touch. Essa geração é extremamente antenada e demonstra grande preocupação com os recursos naturais e meio ambiente, dentre outras questões sociais. As características são:

tem muitas semelhanças com a geração Y em relação a conectividade;grande senso de responsabilidade social.


Geração Alfa (Alpha)

Todos que nasceram após 2010. Como as mudanças psicossociais e comportamentais vêm sofrendo influências e transformações muito rápidas, ainda não é possível definir plenamente todas as características dessa geração. Alguns conjecturam que essa geração também poderá se chamar geração M (de mobile). Como falei, ainda não é possível ser preciso e traçar um perfil comportamental para essa geração.

Agora que você já sabe um pouco sobre cada geração, ficará mais fácil de identificar com qual você faz parte e sendo um líder, como trabalhar as competências essenciais para gerenciar pessoas da geração Y que já estão no mercado de trabalho e que podem fazer parte da sua equipe.


Líderes condutores


Já li alguns artigos falando sobre a dificuldade em gerenciar a geração Y, de como estes são intempestivos, que precisam de tutores e que não param quietos em emprego. Não gosto dessa visão taxativa e até mesmo limitada dessa geração, embora seja verdade que eles possuem um traço comportamental de inquietude quanto ao crescimento profissional e a quantidade de desafios que eles podem ter e vencer. Mas daí colocar a responsabilidade toda nessa geração é pesado demais e não retrata a realidade.


Você mesmo que esta lendo esse artigo e faz parte de outras gerações anteriores a essa, já deve ter tido vontade de jogar tudo pra cima e começar algo novo, ou até mesmo mudar de emprego ou de situação. Calma, você não está tendo crise de identidade geracional, essa inquietude vem do ser humano, mas as demais gerações aprenderam que o legal é ficar muitos anos no mesmo emprego, aprenderam que se o carro está bom e nunca deu problema, por que trocar? Como tudo na vida que tem o seu lado bom e o lado ruim, não existe geração melhor ou pior, existe a possibilidade de como você extrairá de cada geração o melhor com base nas características que cada um apresenta.


O mais desafiador com a geração Y é encontrar lideres inspiradores, que saibam aproveitar esses jovens profissionais. Parece utópico, mas na verdade estamos falando de um tipo de líder que se enquadra no tema desse artigo que são as lideranças de E-leaderships.

Grande parte das empresas tem percebido que as relações comerciais e de consumo tem mudado, as relações com clientes internos e externos tem sofrido interferências diversas e para mitigar um pouco desse gap, as empresas vêm transformando e direcionando seu modelo de negócio para Drivers da era digital, mas algumas esquecem dos principais “condutores” dessa transformação: lideranças. Investe-se muito em estrutura de TI e treinamento para essas ferramentas, mas pouco na “reciclagem” de seus líderes. Raras as exceções, muitos líderes ainda continuam na postura old-school, reclamando da geração que é literalmente o “API” ( esse termo em inglês Application Programming Interface que é um tipo de “ponte” que conecta aplicações e é utilizada em vários tipos de negócio), fazendo uma analogia entre o antigo e o novo, essa geração é praticamente um tipo de ponte para as novas oportunidades mercadológicas.

Claro que essa liderança “E-leaderships” não precisam saber sobre códigos (nem API), muito menos sobre estrutura lógica de banco, mas precisam estar abertos ao novo e ter uma escuta disruptiva. Para que você entenda melhor sobre essa escuta te darei um exemplo situacional: imagine uma liderança da geração X, que gosta de qualidade nas entregas, que prefere uma reunião para planejar as coisas, de olhar pessoalmente para as pessoas, se relacionando com um colaborador de geração Y. Faz parte do perfil comportamental dessa geração ganhar tempo e ser tecnológico, esse liderado apresentará logo um Evernote ou Trello para que eles planejem a partir do aplicativo as entregas das atividades e projetos para evitar tantas reuniões. Nesse momento que você deve demonstrar se é flexível para experimentar e se sua escuta é disruptiva.


As relações interpessoais tem pedido cada vez mais uma relação colaborativa, liderança é aquele que sabe unir as peças no tabuleiro e vencer o jogo junto. Juntando o que o outro (liderado) tem de melhor com a sua experiência de líder. Não pode mais existir um único ganhador, mas sim a visão de conquista grupal. Quer ser respeitado, condutor de transformação e admirado? Seja colaborativo e próximo, só assim você será reconhecido por ser um E-leader: “inspiração”.

Como inspirar a geração millenium

Já tive a oportunidade de trabalhar com várias pessoas de gerações completamente diferentes da minha (geração X). A primeira coisa que traz motivação para a geração Y é ser desafiada, ela quer passar de nível e ver o que conseguiu ganhar de experiência. Na prática eles querem assumir responsabilidades, entregar novas tarefas, fazer diferente e você vai precisar lidar com o seu pensamento de que “faço isso há anos e dá certo e agora essa pessoa que está começando agora vem me dizer o que fazer”. Por várias vezes me peguei (internamente) dizendo essa frase de forma mental pra os meus colaboradores, mas ousei experimentar a forma deles e muitas vezes fui surpreendida com ganho de tempo, criatividade e novas ferramentas.


Esses colaboradores querem se levantar todos os dias e trabalhar com pessoas que vão fazê-las ir além do que elas conseguem e você como líder precisa estar atento a isso. A segunda característica seria a capacidade de propor ideias, mesmo que algumas não façam tanto sentido, você será o facilitador para que consigam amadurecer e por consequência, você também vai crescer com essa experiência. Dê a liberdade de criar e compartilhar suas ideias com todos e, mais do que nunca, não julgue ideias às quais continua ignorante.


A terceira característica seria a coragem. Na era digital muito se testa e muito se erra. Nunca a capacidade de ser empreendedor e inovador foi tão colocada para as pessoas. Desafie-se e mostre sua coragem para seus liderados.

A última e mais difícil de mudar: crenças. Por exemplo, quando um de seus liderados da geração millenium afirmar que o formato tradicional de televisão não existirá nos próximos 5 anos, que a geração Baby Boomer consumirá mais vídeos online que novela, que um blog trará mais resultado do que um patrocínio na quadra de tênis ou mesmo que a indústria de petróleo é fadada a falência, segue uma dica: escute, anote, procure encorajá-lo a trazer mais dados, aprenda e, caso não tenha coragem de ser o pioneiro, acompanhe de perto todas as mudanças.


Características comportamentais da geração millenium


Dificuldade em lidar com o excesso de hierarquia e autoridade

As pessoas dessa geração, ou os millennials gostam de trabalhos colaborativos. Por isso, têm dificuldade de respeitar hierarquias e chefias autoritárias. O contexto sócio familiar dessa geração já foi um contexto mais aberto, nas relações familiares e na escola mudou, os pais passaram a “dividir” responsabilidades com essa geração e as primeiras relações de controle e poder passam a ser mais flexibilizadas e dialogadas. No ambiente de trabalho, quando eles ingressam, o formato pirâmide não é bem recebido por esses jovens, que atendem a um perfil mais orgânico e um trabalho que funcione como uma rede. Os chefes que ouvem todos na equipe e consideram suas opiniões são muito mais bem recebidos por essa geração.

Preferem ambientes descontraídos e informais

Esses jovens têm uma ideia pronta a respeito do ambiente de trabalho ideal. E isso, certamente, não envolve ambientes engessados e cheios de formalidade. O gosto pelos ambientes flexíveis caminha lado a lado com a importância que enxergam nos trabalhos que causam impactos positivos na sociedade.


Gostam de pensar fora da caixa

Toda a minha equipe é formada por millennials, agora imaginem uma liderança X com vários jovens que questionam, que são tecnológicos e que ao mesmo tempo precisam de um norte para apresentarem todas as suas competências e potencialidades. Como é uma geração que já cresceu com acesso a informações e com estimulo dos pais, cheios de questionamentos sobre tudo e com desejo de fazer a diferença. Podem trabalhar bem em meio a situações caóticas. São estimulados pela criatividade e pela inovação, o que os tornam pessoas que “pensam fora da caixa”. A geração millennium traz incríveis pontos positivos para uma organização. É preciso abrir a cabeça para aproveitar as vantagens que esse grupo de profissionais pode oferecer.

Os desafios servem como estímulos para motivação

Desafios não são um problema para a geração millenium, ao contrário, tem sido um fator preponderante para garantir a motivação desses jovens. O novo não os intimida, pelo contrário, a sede de conhecimento faz com que aqueles fatores os mantenham motivados. Essa geração não se deixa oprimir por uma chefia rígida, pois têm forte senso de liderança e estão sempre apresentando suas opiniões e possíveis soluções diferentes em benefício da equipe. Ao mesmo tempo em que aprendem com os mais experientes, também têm muito o que ensinar.


Receptivos à tecnologia

A tecnologia é responsável por trazer diversos benefícios às empresas com os seus avanços. Ter na equipe colaboradores que sejam abertos a essas inovações é um ganho para toda a organização. Os millennials nasceram no mundo já globalizado e têm facilidade e grande familiaridade com os dispositivos móveis e a comunicação em tempo real. O que garantirá para você a facilidade de implantar sistemas operacionais e trazer mais informação tecnológica para o negócio. Os sistemas da empresa serão de fácil acesso e adaptação para eles que, dificilmente, apresentarão resistência à implementação de novas tecnologias.


Ambição de assumir um cargo de liderança

Se tornar um líder é importante para mais da metade dos jovens dessa geração, em média 61% das gerações Y e Z, contra 57% da geração X. Mas as respostas variaram bastante de país para país. Na Europa, os entrevistados reportaram menos vontade de assumir papéis de liderança do que em países da America do Sul. Um exemplo disso, 76% dos mexicanos consideram que é importante a possibilidade de se tornar um líder, enquanto apenas 47% dos noruegueses concordaram com isso. Nos Estados Unidos, 77% dos profissionais da geração Y disseram que conseguir um papel de liderança é importante para eles.


Em geral, as gerações X e Y estão mais entusiasmadas com a possibilidade de ser tornar um mentor do que apenas o de ver essa posição com o aumento das responsabilidades que um cargo de gestão normalmente traz. No entanto, os mais novos, da geração Z, citam as maiores responsabilidades e maior liberdade como atributos interessantes da liderança.

Também há uma diferença importante entre as aspirações de homens e mulheres em todos os recortes geracionais. Na geração X, 63% dos homens e 52% das mulheres consideram importante ter um papel de liderança. Nas gerações Y e Z, 63% dos homens e 61% das mulheres deram a mesma resposta. Para Bresman, pesquisador sobre o assunto, em geral, as mulheres da geração X costumam estar mais interessadas no desafio que envolve a liderança, assim como a possibilidade de serem mentoras para os demais. Já na geração Y, as mulheres também colocam a possibilidade de treinar os mais novos como uma prioridade, enquanto na geração Z, as mulheres sentem que o aumento das responsabilidades é o traço mais atrativo na liderança.

Em todas as gerações e em todos os países, as mulheres são mais propensas a negar cargos de gestão pelo estresse que ele traz, por falta de confiança e por medo de falhar. Mas as preocupações delas são diferentes dependendo do país. As millennials chinesas estão mais preocupadas em não serem capazes de encontrar oportunidades que precisam para progredir, enquanto as chinesas da geração X se preocupam mais em conseguir aproveitar a aposentadoria. Ambas as gerações afirmaram ter medo de não conseguir encontrar um emprego disponível que se encaixe em sua personalidade. Já as millenniais dos Estados Unidos temem não conseguir alcançar seus objetivos de carreira. As suecas da mesma geração se preocupam em ter que trabalhar demais.

Então, para finalizarmos o que posso deixar como sugestão para você é estar sempre aberto ao novo, manter os ouvidos atentos e o coração disposto a ajudar as pessoas a crescerem.

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